Palavras...

"O significado não está nas palavras, mas nas pessoas."

Ao ler esta frase, muitos dirão: "Sim. É verdade."
Mas uma reflexão mais profunda leva-nos a pensar em alguns aspectos pertinentes.

Por um lado, as palavras são partilhadas por pessoas que falam o mesmo idioma. Desde já, isso implica que para pessoas que não partilham o mesmo idioma, uma palavra que traduzindo possa significar "o mesmo", não é realmente "a mesma coisa". Basta pensar nas dificuldades de tradução de algumas expressões.

Neste contexto, há estudiosos que afirmam que os diferentes idiomas criam diversas realidades. A forma como se estrutura o pensamento através das palavras ("pensamos em palavras e as palavras moldam o nosso pensamento"), gera uma percepção distinta da realidade que se vive.

Por outro lado, entre pessoas que partilham o mesmo idioma, e partindo do pressuposto inicial, teremos que assumir também que cada pessoa vive a sua realidade. A sua experiência de vida (as suas vivências, a educação, a cultura, o conhecimento e modo de vida), levam a que "a minha realidade não seja igual à tua realidade". Inclusive entre casais que partilham "uma vida juntos", as suas realidades são distintas - a percepção da vida é sempre pessoal.

Nesta ordem de ideias, quando usamos as palavras, fazemos uma descrição do nosso pensamento, da nossa experiência sensorial. Tentamos descrever os nossos pensamentos, sentimentos e emoções, tentando que o receptor da nossa mensagem possa vir a ter a noção o mais exacta possível do que nós pensámos e/ou sentimos. Mas as palavras e a construção das frases que usamos nunca chegam a descrever totalmente o que pretendemos.

As palavras são aquilo que nós queiramos que elas sejam!